Belo Horizonte é a capital que apresenta o maior nível de acesso à cultura dentre 12 das principais cidades do país. A conclusão é da pesquisa “Cultura nas Capitais: como 33 milhões de brasileiros consomem diversão e arte”, produzida pela consultoria J. Leiva Cultura & Esporte. Além de Belo Horizonte, o estudo aplicou questionários, em julho de 2017, em Belém, Manaus, Fortaleza, São Luís, Recife, Salvador, Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.
Na capital mineira o destaque foi a frequência em cinco atividades em que a cidade apresentou os maiores percentuais de todo o cenário pesquisado: shows de música, feiras de artesanato, museus, teatros e concertos. Além disso, ocupa o segundo lugar em leitura, ida a bibliotecas e saraus.
Confira aqui um gráfico que detalha a pesquisa em Belo Horizonte. A estrutura do site permite que se navegue pelas várias estratificações da pesquisa, como gênero, renda, escolaridade e cor da pele, por exemplo. Vale brincar um pouco para buscar outras interpretações.
Interseções com o “Radar”
A metodologia da pesquisa e as bases de dados são diferentes das utilizadas no estudo “Radar – Economia Criativa em Minas Gerais”, produzido pelo Observatório P7 Criativo, com base na RAIS de 2016, e lançado no final de outubro.
No entanto, a leitura conjunta dos dois estudos nos dá algumas pistas de que o setor cultural, tanto na capital como nas outras cidades pesquisadas, é um importante motor da economia do país, gera empregos e favorece a emancipação cidadã das pessoas.
Um exemplo é que, no “Radar – Economia Criativa em Minas Gerais”, foram considerados vários setores culturais que também aparecem na pesquisa “Cultura nas Capitais: como 33 milhões de brasileiros consomem diversão e arte”, mas com o viés do consumidor de produtos culturais.
O “Radar” foi dividido em quatro grandes grupos, a seguir: Edição/Editorial, Audiovisual e Música (compondo o grupo Mídia), Patrimônio Cultural, Atividades Artísticas e Gastronomia (compondo o grupo Cultura), Software e Conhecimento (compondo o grupo Tecnologia e Inovação), Arquitetura, Publicidade, Moda, Design e Móveis (compondo o grupo Criações Funcionais).
Só os dois primeiros grupos mencionados acima, segundo o “Radar”, correspondem a 60% da economia criativa em Minas Gerais: “Cultura” (54%) e “Mídia” (6%). Na interseção dos estudos, o destaque é para agenciamento de profissionais para atividades culturais e artísticas, produção teatral, de espetáculos de dança ou de espetáculos circenses, de marionetes e similares, dentre outros.
Educação é mais importante que renda
A pesquisa descobriu também que a educação é o fator que mais determina o acesso à cultura. Isso ficou muito claro ao se comparar classes socioeconômicas diferentes, com escolaridades diferentes. Dentre os que apresentam renda menor, mas têm maior escolaridade, a participação de atividades culturais é mais intensa.